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25 outubro 2010

Capital Intelectual: Desorientação de marketing



O mercado é altamente competitivo, público-alvo, mercado-alvo, metas, segmentação, produção, objetivos, demanda, oferta, atingir, persuadir... são apenas algumas das linguagens usadas nesse Agón ganancioso que é o ambiente de mercado.

Esta atmosfera hostil forçou as empresas que almeja um melhor desempenho a trabalhar sua orientação de marketing.

Fazer do cliente o foco de sua cultura, o tal marketing holístico! Esse conceito vende bem nas bíblias de marketing, nos teorias transmitidas no datashow da sala da aula. Vende bem porque compramos bem. Bem de bens tangíveis e intangíveis.

A orientação de marketing é dividida em suas melhores competências (vendas, produção, serviços, social, ecológico, etc.) para que o comportamento da empresa venda melhor, pois melhor é mais. Mais é soma. As empresas orientadas ao marketing não constroem apenas produtos, elas constroem clientes.

E você? De qual empresa você foi construído? Qual a marca que tem a sua cara, o seu comportamento? É isso que você é, o que nós somos. Consumidores consumidos.

Apesar de sermos vitimas de uma guerra que não é nossa, mas foi feita para nós. Temos uma arma de construção-em-massa intangível, uma bandeira de paz que nenhum designer ousou a simbolizar em conceitos culturais, pois como dito ela não é conclusa - é construção. Chama-se: conhecimento.

Ao contrario da regra básica da economia, a lei da escassez. Conhecimento não diminui quando se é dividida, pelo contrário, ela se multiplica. Na lógica inversa do mercado, eu fico mais rico de conhecimento quando eu divido o que é meu com o seu, nós dividimos para multiplicar... e no mínimo sairemos com mais 3 valores de conhecimento, o meu, o seu e o que acabamos de construir agora. A oferta não fica mais cara conforme a demanda aumenta, ela é distribuida colaborativamente entre as redes. (Sofismo a parte, sua faculdade apenas vende esse mecanismo e da pior forma possível, no formato do mercado.)

Deixamos de ser passivos consumidores consumidos, para nos tornarmos donos do nosso destino, da nossa marca, da empresa que não precisa mais ser “chamada de sua”, descobrimos que ela sempre foi nossa. O produto “Você” já completou todo o seu ciclo de vida, foi introduzido no mercado, cresceu, alcançou a maturidade e já faliu diversas vezes para voltar ao eterno retorno. Orgulhe-se dos seus conflitos. 

Nossa missão, visão e valores? O que temos são sensações de intensas humanidade, exigimos mais prazer nas coisas, não precisamos nos resumir em uma compra ou um produto... nossa vida não cabe mais em um curriculum vitae de folha A4. Pare de tentar ser um foco, você se alienará sendo uma especialidade. Nossa empresa não precisa de um departamento de RH, você não é um recurso humano, é um sistema vivo e híbrido.

As empresas “chamada deles” estão retraídas em sua estratégia de marketing, cheia de medos, não há código de barra para classificar tal produto, não somos sazonais - somos lantentes! Como nivelar conhecimento? Benefício central, básico, esperado, ampliado ou potencial? Qual o grau de satisfação e como diferencia-lo para consumir?

Desistam, porque quando entenderem que a satisfação aqui é compartilhar conhecimento, compreenderá que respeitar o diferente será se igualar para fortalecer.

Não é lucro que buscamos, temos um propósito, pelo menos enquanto acadêmicos, demasiado humanos. Conhecimento privado, as competências comportamentais mercadológicas que me desculpem, pois eu ainda posso errar, vocês infelizmente não:

“Os consumidores orientados em capital intelectual não constroem apenas conhecimentos, eles reconstroem o mercado, o mundo.”


Marketing é um processo social, qual o share de mercado que sua marca tem em sua própria vida?


@kolapso
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17 outubro 2010

Marketing político




Um tom, uma maneira de conduzir, mais um jeito de enganar. Sim, isso é o marketing político. Todos candidatos estão nas redes sociais, possuem seu poróprio site, tudo isso para expor todos os seus feitos, ou melhor dizendo, seus desfeitos. Estamos no segundo turno e até Deus entrou no meio, é nessa hora que podemos analisar mais uma vez o marketing sujo que nos cerca todos os dias, a diferença é que em vez de sermos persuadidos a comprar produtos, somos persuadidos a acreditar no que os ilustrissímos candidatos nos falam. O palhaço tirirca sendo eleito com mais de um milhão de votos, subcelebridades se candidatando para cargos, que teoricamento, deveriam exigir no mínimo ensino superior, tudo isso só ajuda reforçar como somos conduzidos desde que nascemos. O melhor exemplo de marketing político usado nessas eleições foi do tal palhaço analfabeto funcional ou analfabeto por completo Tiririca, com um slogan que funcionou, conseguiu obter votos até de pessoas mais instruídas ( ou deveria dizer, perdidas), estas dizendo que iriam votar como forma de protesto. Protesto realizado, tiririca líder do rebanho, levou junto outros candidatos do seu partido. É meu amigo, se contente que vivemos vendados boa parte de nossas vidas e que somos apenas um alvo, onde desesperadamente tentamos não ser atingidos em vão. E o marketing, que tinha tudo para ser uma ferramente poderosa na conscientização, apenas procura novos alvos esperando mais um tiro em sua direção.


Postado por: lanla
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14 outubro 2010

Eu sou Marketeiro





   - É, essas pessoas demasiadamente consumistas sem objetivos relevantes na vida também me dão enjôo. Tipo uma mina da minha faculdade que só de olhar pra cara dela você vê que com certeza o que rege sua vida são os artigos da Gloria Kalil.

   - Ahh, tu faz faculdade, que curso?

   - Eu? Bem... Eu faço Publicidade e Marketing.

   - Hum. - Imediatamente a pessoa desvia o olhar e a decepção exala por todos os seus poros - Foi bom conversar contigo, mas eu tenho que ir, até mais.

   Quando você faz esse "tipo" de curso automaticamente seu direito de criticar uma posição consumista acaba. Maaas, se você não liga ser considerado hipócrita, manipulador e safado, pode se expressar à vontade. Bem da verdade, 95% dos publicitários são essencialmente hipócritas, manipuladores e safados, como 95% da população mundial também é.

   É bem provável que neste momento você esteja pensando que eu estou aqui para dizer que faço parte do resquício de altruísmo que preenche os míseros 5%, e estou de mãos dadas com pessoas como Oprah Winfrey e Bono Vox (Sim, aposto que você considera-os extremamente benevolentes! Danger! Olha a hipocrisia aí novamente), então relaxa que a minha hipocrisia ainda não está nesse nível tão elevado.

   A minha real indignação é com um conceito pré-concebido de que todos os publicitários, profissionais de marketing e afins possuem um único objetivo na vida, enriquecer loucamente criando desejos e transformando-os em necessidades. Eu até entendo esses tipos de preconceitos sabe, por exemplo, também acho que os estudantes de biologia são todos maconheiros e encontraram neste curso um apoio acadêmico (e legal, de legalidade) para consolidar sua rotina de mato e marofa, como também acho que qualquer estudante da USP é insuportavelmente inteligente, do tipo que não pode cuspir que já quer fazer uma tese sobre isso.

   Mais do que qualquer outro adjetivo pertinente para descrever o ser humano, preconceituoso talvez seja o mais saliente. Sempre olhamos através de nossas "velhas opiniões formadas sobre tudo" e queremos com isso... Bem, sei lá, na maioria das vezes nem sabemos o que queremos,  talvez só interagir iniciando um diálogo banal. Sabemos de mil coisas das quais nunca sequer conhecemos ou vivenciamos, e falamos sobre essas coisas com tamanha propriedade que elimina qualquer dúvida do ouvinte. Por exemplo (adoro exemplos!), todo mundo sabe que a Holanda é o melhor lugar para se viver, lá é tudo "liberado", tu pode sair peladão com um baseado na mão, pode ser homem e transar com seu melhor amigO na pracinha central, todo mundo sabe disso! Todo mundo sabe que a Dilma é terrorista e assaltante, e que deu um parente próximo para uns canibais em troca de umas obras de Karl Marx, todo mundo sabe também que se ela for eleita a ditadura comunista se estabelece, é certeza! TODO MUNDO SABE, inclusive, que todo publicitário é fútil e filho da puta, que ele enfia produtos na sua goela sem você perceber e que ele é o verdadeiro culpado por seu nome estar no SPC e no SERASA, quem não sabe disso???

   Falando sério agora (enfim!), sobre as ferramentas persuasivas marketeiras que tanto fodem a sua vida, elas são FERRAMENTAS e como tal podem ser usadas de infindáveis maneiras. Elas têm um valor, talvez imensurável, e esse valor se dá pelo poder que elas têm de convencimento, de convergência, de fazer você levantar a bunda do sofá pra agir de determinada maneira, que pode ser boa pra você ou não. Lembro-me daquele filme, O Livro de Eli, no qual um livro (a Bíblia) é batalhado num cenário pós-apocalíptico por dois personagens, um com motivações para o bem e o outro, para o mal. O livro tem um poder, nada semelhante aos poderes dos Power Rangers, tem um poder manipulatório em suas escritas sagradas, por favor, não estou falando de religião aqui ok?! O foco desse filme é exatamente esse, a interpretação. Duas pessoas tiveram contato com uma ferramenta extremamente poderosa mas interpretaram e as usaram de maneiras divergentes, e é isso que ocorre com as ferramentas de marketing, nada mais.

   Confesso que no decorrer desse curso maldito, em mil momentos pensei em desistir, em mil situações pensei em cortar certos professores, principalmente na região da cabeça, mas no instante em que se percebe a relevância da informação, a relevância de estar ali e poder com propriedade criticar ou elogiar toda essa metodologia "dus inferno", você instantaneamente sente que sim, vale à pena. É como ouvi certa vez: "Não tem como criticar as letras dos Racionais Mcs sem nunca ter vivido no Capão Redondo".

   Devo dizer que, sinceramente, não tenho a menor ideia do tema central desse post. Vou finalizá-lo, portanto, te convidando a tentar olhar as coisas com um olhar bem mais virgem sabe, como se você olhasse para o incognoscível, para o desconhecido, tentando avidamente decifrá-lo, de maneira que sua expressão mais comum seja aquela da "cara de  interrogação". Quando partimos desse princípio nós nos permitimos aprender mais, viver mais, ouvir mais, não trocamos a real experiência por uma opinião sem embasamento idiota, afinal... Não há certezas, há sim possibilidades.

Bia Moraes
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