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30 agosto 2010

Atendimento: a prospecção do fracasso

   Atender é sinônimo de servir, todo o profissional que realiza a função de atendente deverá ter o perfil adequado a esta nobre função. Você tem que ser um perfil, ser um avatar, ter maturidade, boa comunicação, educação, simpatia, gostar de servir, gentil equilibrado emocionalmente. As mesmas características pra ser um bom pai de família ou um bom funcionário que paga suas contas direitinho. É tudo uma grande mentira, uma cartilha para a boa conduta da grande empresa que é a sua vida.

   O atendimento faz a ponte entre a Agência e o Cliente, um dos profissionais mais valorizados, mais bem pagos dessa grande fábrica de manipulação da massa. Num ambiente de trabalho corrido, de uma vida corrida numa cidade corrida, o que sobra de relações humanas? A porra do atendimento. É como aqueles velhinhos cheios de histórias da vida e sem ninguém pra contar, que vão ao hospital só para serem tocados, serem recepcionados com atenção, apenas por um bom dia ou boa sorte, ou até mesmo aqueles que pagam prostitutas para conversarem sobre relacionamento.

   O bom atendimento é o que prospecta atenciosamente o conceito, a essência e o objetivo da empresa pra agência, não é encarado como um profissional que quer seu dinheiro, mas é como se você pagasse para que seja seu amigo confidencial, um dos poucos que você tem que sabe o seu nome completo. Ele te escuta de verdade e não fica apenas esperando a hora de falar.

   Talvez o atendimento seja o psicólogo de pessoas jurídicas, afinal alem de tudo há um dono humano por trás da empresa. Não é apenas um profissional essencial da agência, o profissional de atendimento é um fato social, resultante da falta de sensação humana, o fracasso de uma vida dos que acham que assim como uma empresa, não poderá haver imprevistos. Tudo bem organizado, medido e... equivocado.

   Recebemos um case da Nextel para ser atendido, o objetivo era prospectar novos clientes de outros segmentos. Analisado o mercado, o conceito, o posicionamento da marca, a tendência e tratando as pessoas como objetos de uma ferramenta mercadológica. Questionamos quem é esse tal Mercado, e quem é ele pra dizer se somos bons? Partimos então para o plano de ação: mandar todas as competências do mercado se foderem.

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1 comentários:

Ariane disse...

6.4 que eu tomei em atendimento é a minha forma de agradecimento nesta tese

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